"A eficiência mecânica de um gesto esportivo é um dos principais responsáveis pelo sucesso ou insucesso em uma modalidade; a eficiência em tornar-se menos resistente em um fluido, aplicar as forças corretamente de modo que cada músculo utilize a sua condição máxima, além da economia energética para cada ação, são motivos mais do que convincentes para que nos concentremos em realizar corretamente as técnicas desportivas. Mas, como eu devo ver a técnica na Natação?
Na Natação, a importância da questão técnica toma proporções maiores, pois a resistência enfrentada na água, para que possamos nos locomover é bem maior do que a do ar, em termos comparativos. Assim, se quisermos atender bem ao primeiro e terceiro motivos citados no parágrafo anterior, é extremamente importante que pensemos na técnica como primeiro ponto de um programa de progressão.
Mediante isso, você poderia concluir: “Ok, treinador, até aí tudo bem. O que importa é ser menos resistente para a água e economizar o máximo de energia durante o tempo de nado, certo? Então para quê exatamente eu realizo aquelas séries ‘homéricas’, já que o importante é ser técnico?” Calma, pessoal, o importante é ser técnico sim, porém o tempo de duração das provas de Natação, além do nível de velocidade em que elas são desempenhadas (afinal de contas, não é uma exibição, e sim uma competição) provocam algumas alterações em habilidades motoras básicas indispensáveis no desenvolvimento técnico normal, como a coordenação e o equilíbrio. É aí que entra o treino. Desempenhar a melhor técnica possível em situação de estresse físico é o que determinará, a longo prazo, quem será o melhor nadador, aliado a outros pontos que influenciarão no resultado, claro.
Atualmente diversos estudiosos direcionam os seus trabalhos para analisar esses gestos técnicos e avaliar qual a melhor forma de ajudar os atletas nas suas performances. É importante que se entenda que a base teórica é a mesma para todos os atletas (leis físicas e matemáticas), afinal de contas enfrentam o mesmo meio, porém a forma de se desempenhar essa técnica é dependente do entendimento motor que cada um tem acerca daquele gesto. Essa é a diferença entre técnica de nado e estilo de nado. E é no estilo que acredito haver maior liberdade de mudança, para melhoras de desempenho.
A exemplo dessas mudanças, podemos citar dois bem atuais; um deles é do primeiro homem a nadar os 100m abaixo dos quarenta e oito segundos, Pieter Van Den Hoogenband. Em 1996, Hoogenband nadava utilizando-se com exagero do princípio de Bernoulli, descrevendo um “s” bem definido na fase aquática da sua braçada, tendo conseguido com isso alcançar uma final Olímpica em Atlanta. Em Sydney, ano 2000, o Holandês e outros nadadores trouxeram um avanço para o nado de crawl, projetando mais o cotovelo para cima no momento da tração, e utilizando o princípio de Bernoulli de forma mais sutil, fazendo um “s” quase que imperceptível, tornando assim a braçada muito mais veloz em sua trajetória. Hoogenband quebrou a barreira dos 48 segundos nos 100m, superando as expectativas de todos. Talvez essa mudança de estilo tenha sido melhor assimilada por ele, visto que outros atletas também apresentaram a mesma forma de desempenhar o nado, mas não obtiveram os mesmos resultados*.
O australiano Eamon Sullivan, atual recordista mundial (2008) dos 50m nado livre. Contrariando a tendência atual, um físico franzino foi capaz de desempenhar uma performance quase que inimaginável, 21 segundos e 28 centésimos. Isso, em grande parte, deve-se à sua desenvoltura técnica. A nova evolução nos mostra uma mistura; inicialmente uma braçada veloz, direcionada pro fundo da piscina, e com a mesma projeção de cotovelo trazida por Hoogenband em Sydney; na finalização da braçada, um máximo aproveitamento do princípio de Bernoulli, aumentando a propulsão nessa fase sem diminuir a velocidade do movimento. Um desenvolvimento tão difícil quanto eficiente.
Porém, o ponto principal a se respeitar quando estivermos desenvolvendo a técnica de nado é o princípio da individualidade biológica; ou seja, o que é melhor para o Phelps ou para o Sullivan, pode não ser para mim. O ideal é que se experimente a água com vários sentidos, entenda como funcionam os pontos de pressão, e adeque as evoluções de nado às suas experiências, pois de nada adianta melhorar a técnica sem progredir com o nível de habilidade para desempenhá-la. Exercícios educativos e de sensibilidade (como palmateios e nados com mãos fechadas) ajudam muito a desenvolver esse nível de percepção para os gestos técnicos.
No mais, lembrem-se: a repetição leva à habilidade; mergulhem e sejam velozes!
*Devem ser levados em consideração outros pontos, como metodologias diferentes de treinamento, hora em que foi realizada a prova, além das condições mental e nutricional em que os atletas se encontravam."
Gustavo Arruda
A técnica de nado em natação é algo que varia (e muito) de um atleta para o outro. Varia de um programa para o outro, e muito mais ainda de um técnico para o outro. Determinadas posições de entrada da mão na água, padrão de respiração, ritmo de batimento de pernas, até mesmo posição na saída de bloco, são todas variáveis que se alternam em diferentes opções com várias formas de bons resultados. Entretanto, existem algumas VERDADES ABSOLUTAS nas técnicas de natação. São técnicas que se enquadram em qualquer nadador, programa ou treinador. São questões que mesmo sofrendo adaptações, são aceites e aplicadas nos atletas de alto nível e padrão técnico. Confira as VERDADES ABSOLUTAS nas técnicas de natação:
1) FLEXIBILIDADE DO TORNOZELO: Nadadores com maior índice de flexibilidade nos tornozelos têm melhores aproveitamentos nos trabalhos de pernas.
2) COTOVELO ELEVADO DURANTE TRAJECTO SUBAQUÁTICO: Talvez a mais absoluta e incontestável de todas elas. Fazer a braçada de qualquer estilo com o cotovelo mais alto do que a mão é uma necessidade.
3) ALINHAMENTO HORIZONTAL: Esta Verdade Absoluta não era tão absoluta alguns anos atrás. O objetivo de minimizar a resistência sempre existiu, mas nesta última década passaram a intensificar o treino de controlo e balanço corporal, equilíbrio, postura e alinhamento.
4) POSIÇÃO DA CABEÇA RELATIVAMENTE AO CORPO: Com muita freqüência nadadores fazem movimentos desnecessários com a cabeça. O fator mais importante nesta Verdade Absoluta é entender que movimentos desnecessários só aumentam a resistência e não acrescentam na ação propulsiva.
1) FLEXIBILIDADE DO TORNOZELO: Nadadores com maior índice de flexibilidade nos tornozelos têm melhores aproveitamentos nos trabalhos de pernas.
2) COTOVELO ELEVADO DURANTE TRAJECTO SUBAQUÁTICO: Talvez a mais absoluta e incontestável de todas elas. Fazer a braçada de qualquer estilo com o cotovelo mais alto do que a mão é uma necessidade.
3) ALINHAMENTO HORIZONTAL: Esta Verdade Absoluta não era tão absoluta alguns anos atrás. O objetivo de minimizar a resistência sempre existiu, mas nesta última década passaram a intensificar o treino de controlo e balanço corporal, equilíbrio, postura e alinhamento.
4) POSIÇÃO DA CABEÇA RELATIVAMENTE AO CORPO: Com muita freqüência nadadores fazem movimentos desnecessários com a cabeça. O fator mais importante nesta Verdade Absoluta é entender que movimentos desnecessários só aumentam a resistência e não acrescentam na ação propulsiva.
Fonte: Bestswimming
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