A recuperação das braçadas é um assunto que tem se tornado polêmico entre técnicos de natação, preocupados com o bom desempenho de seu atleta.
Porém o que mais deve pesar e ser colocado como prioridade é a condição mecânica, ou o conforto do atleta? Normalmente, recuperação deveria ser o momento da braçada onde não há propulsão e que proporciona o reinício do próximo ciclo ou a continuação do mesmo.
Durante a fase de recuperação não ocerre propulsão, ou seja, o atleta nao se projeta a frente com essa fase, então não há tanta necessidade de enfatizar as questões técnicas nesse caso. Porém, em algumas situações, quando a recuperação está desequilibrando o nado, ou provocando erros na entrada das mãos na água, é válido fazer as correções. Principalmente nas categorias de base, em especial o Petiz.
É normal vermos atletas que fazem a recuperação de nado crawl com braços estendidos, mas que perdem o domínio do tronco no momento de levar os braços à frente, provocando uma entrada cruzada, e compensando essa ação com os quadris, para o lado oposto. Casos como este pedem uma correção. Claro, sem modificar a característica natural do estilo do atleta. Por outro lado, quando a recuperação não traz prejuízo à coordenação geral do nado, e as fases de propulsão são adequadas, talvez não seja viável a mudança, principalmente se o atleta já tem uma definição de nado, que geralmente ocorre pelas categorias juvenil e júnior.
Falando sobre o nado crawl, duas técnicas de recuperação são bem utilizadas, e são as que trazem melhores resultados em termos de performance: A recuperação com cotovelos altos e flexionados, e a recuperação com braços estendidos. Na primeira, a fase de empurre da braçada é terminada, e num movimento de “tirar a mão do bolso”, a mesma parte como se riscasse uma reta, elevando o cotovelo e encontrando a região frontal, para reiniciar a braçada. Esse tipo de recuperação exige um rolamento mais exagerado, para que possa ser realizada sem que as mãos “topem” na superfície da água.
A recuperação de braços estendidos é largamente utilizada entre os australianos, nesse tipo de técnica, os ombros partem mais relaxados, por uma menor utilização de músculos como o trapézio, responsável em parte por levar os braços à frente. Fora isso, uma maior utilização do tronco é requerida, para rotacioná-lo com velocidade o suficiente e não atrapalhar a coordenação de nado.
É difícil precisar que recuperação é a melhor em termos técnicos. O que é fundamental, é que os atletas tenham contato com as duas, e definir qual delas é mais adequada ao seu estilo, levando em consideração gasto energético e configuração geral do nado. Nos outros nados, com excessão do costas, que possui apenas um tipo de recuperação, a regra é a mesma, sempre respeitando a individualidade de cada nadador, mostrando as vantagens da técnica, corrigindo quando necessário, e deixando o mais livre possível para que o atleta perceba, em conjunto com o seu treinador, aquela que será a melhor.
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